As experiências sensoriais da arte podem se
entrelaçar a qualquer momento com os instantâneos de nosso cotidiano.
Como podemos relacionar as artes
visuais com as experiências do cotidiano? Quais são os elementos marcantes nas
artes visuais que podem ser percebidas nos eventos diários ou na
história?
Através da série de artigos ARTE + COTIDIANO propomos um exercício de percepção, de sensibilidade... de arte! Estimular o pensamento por conceito. Trabalhar a mente para fazer analogias. Ampliar sua criatividade. Em tudo enxergar a arte! A seguir, o Número 5 !
Através da série de artigos ARTE + COTIDIANO propomos um exercício de percepção, de sensibilidade... de arte! Estimular o pensamento por conceito. Trabalhar a mente para fazer analogias. Ampliar sua criatividade. Em tudo enxergar a arte! A seguir, o Número 5 !
O ESPECTADOR
DENTRO DA FICÇÃO
Entre os
diversos trabalhos que a artista brasileira Regina Silveira tem realizado ao
longo dos anos, estão as projeções noturnas sobre cidades como São Paulo,
Bogotá (Colômbia) e Lahore (Paquistão). Algumas dessas projeções percorrem as
ruas, movimentam-se num percurso que provoca diálogo entre as imagens e os
locais pelos quais elas andam.
Na obra Transit,
por exemplo, a imagem de um inseto gigante foi vista sobre os prédios da
capital paulista. As pessoas que por ali passaram, sentiram a surpresa e a
estranheza causada pela visão daquele ser colossal movendo-se pelas paredes,
provocando a sensação das imagens vistas em sonhos ou em filmes de ficção.
Regina Silveira. Transit. 2001
Na obra Passeio Selvagem, pegadas diversas
deslocam-se sobre prédios e ruas. Regina Silveira explica que:
“Este
trabalho em animação digital deveria mostrar-se como uma espécie de
fantasmagoria da luz, onde pegadas super-dimensionadas se sucedessem inexplicavelmente
sobre aquelas fachadas, indicando animais ausentes ou invisíveis. Com um padrão
de pegadas mais aberto, aparecendo e desaparecendo em sucessão, Passeio Selvagem se mostra
como fragmento ou “janela” de uma narrativa maior, em que esta “bicharada” desce
das fachadas e dos interiores arquitetônicos, para agora passear pelos muros da
cidade e povoar magicamente o espaço urbano (SILVEIRA, 2009)”.
Talvez se possa dizer que Regina Silveira elabora fábulas e histórias de ficção urbana, provocando surpresas no cotidiano. Aqueles que têm o
privilégio de passar por suas projeções podem sentir-se por alguns instantes
como dentro da cena de um filme: segundos de uma aventura naquela que seria
apenas mais uma noite rotineira.
REFERÊNCIAS:
SILVEIRA, Regina. Passeio selvagem. 2009. reginasilveira.uol.com.br
Profa. Msc. Aletea C. H. Mattes
Coordenadora do Centro de Artes e Design